sábado, 23 de agosto de 2014

All That Matters - 6° Capitulo

Ela vive na sombra de uma garota solitária.
Voz tão silenciosa, você não houve uma palavra.
Sempre falando, mas ela não pode ser ouvida.  
Little Me-Little Mix



Acordei com Luane pulando na cama cantarolando toda animada, cobri meu rosto, mas ela fez questão de puxar minha coberta.

Luane: Levanta mana, a mãe fez panquecas.
s/n: Lu, vai lá então, deixa eu dormi.
Luane: Ela mandou te chama.
s/n: Tudo bem, já estou indo.

Me levantei, fui no  banheiro e fiz minha higiene, desci as escadas e entrei na cozinha sentindo o cheiro maravilhoso das panquecas, me sentei ao lado de Luane.

s/n: Não vai trabalhar?
Mãe: Agora de manhã não, vou ficar e ensinar mais um pouco de inglês pra Luane.
s/n: Jura?! -perguntei com um pouco de ironia na voz. Ela me olhou feio.
Mãe: Seria bom se você ajudar também.
s/n: Todo dia eu ensino coisas novas pra ela, mas se você vai fazer seu papel de mãe, vou aproveita um pouco minha adolescência.

Me levantei voltando para meu quarto, tomei um banho não muito demorado e coloquei uma roupa confortável pra sair.


Quando peguei meu quarto, Luane entrou correndo no quarto.

Luane: Escolhe uma roupa pra mim, a mamãe só escolhe roupa feia.
s/n: Luane, use as que ela der.
Luane: Mas fica feio.

Ela fez biquinho, sorri e fui com ela ao seu quarto, nossa mãe estava sentada na cama encarando o guarda-roupa.

Mãe: Poderia me ajudar?!
s/n: O que deu pra ela colocar?
Mãe: Um vestido cheio e flores.
s/n: Ela não gosta de vestido assim, ela não esta mais usando. Vocês vão sair?!
Mãe: Não.

Fui ate o guarda roupa, peguei um short, uma das blusas favoritas dela, entreguei e ele foi para o banheiro colocar, depois que saiu, arrumei seus cabelos do jeito que gosta, ainda mais pra ficar em casa.
Ficou simples mas bonita, dei um beijo na bochecha dela e sai do quarto, fui ate a cozinha, tomei um copo com água, quando estava saindo elas desceram as escadas.

s/n: Só volto no almoço, qualquer coisa me liguem.

Abri a porta e fechei a mesma depois que sai, caminhei pelas ruas sem rumos, as pessoas andavam apressadas na rua, correndo contra o tempo, algumas comiam nas lanchonetes em que as mesas ocupavam toda calçada e nos obrigava a andar na rua, passei por uma floricultura que exibia belas flores coloridas e perfumadas, quando passei em frente a uma padaria minha barriga roncou, não havia comido antes de sair de casa, voltei e entrei na mesma, estava lotada e a única mesa vazia era grande, mas pelo menos mais escondida, caminhei ate ela me sentando, não demorou muito e vieram ver o que queria, fiz meu pedido e fiquei esperando, encostei minha cabeça na janela que era de vidro e me dava uma visão da rua.

xxx: Com licença, posso me sentar aqui?

Desencostei minha cabeça da janela e procurei pela voz baixa e um pouco rouca, era um rapaz...acho que é o Heli, não pera, Heuri, o nome dele ta na ponta da lingua...Harry.

s/n: Fique a vontade.

Ele se sentou e junto dois homens, encostei de novo minha cabeça na janela mas não deu pra viajar nos meus pensamentos, meu pedido havia chegado, a garçonete abriu um sorriso de orelha a orelha ao olhar pra Harry.

garçonete: O que deseja Sr. Styles?!
ele: o de sempre.
garçonete: Pedido anotado, você poderia me dar um autografo?!
ele: Claro.

Ela entregou a caneta pra ele que assinou o pulso da mulher e sua caderneta de pedidos.

s/n: Que idiotas. -disse baixinho.
Harry: Disse algo?!

Virei meu rosto encarando-o, fiz não com a cabeça, ele assentiu, eu deveria ter começado a comer, mas não estava com vontade, fiquei encarando a vista, ate meu celular começar a tocar, peguei ele no meu bolso, era Rony, atendi.

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Rony: Atrapalho?!
s/n: Não.
Rony: Estava dormindo?
s/n: Não, estou na rua.
Rony: E que voz de tristeza é essa? Luane esta por perto?
s/n: Não, esta em casa.
Rony: Sozinha?!
s/n: Não, minha mãe esta com ela, resolveu fazer seu papel de mamãe atenciosa. Eu sai um pouco.
Rony: Então se anima...isso ta meio  gay.
s/n: Talvez porque você seja um.
Rony: Ei, palavras magoam.
s/n: Desculpa.
Rony: Só liguei pra saber como você tava mesmo e não esquece que você tem um instagram agora, quero ver sua fotos.
s/n: Tudo bem.
Rony: Tchau linda!
s/n: Tchau.
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Guardei meu celular, tomei um pouco do meu suco.

Harry: Problemas com família?! -olhei pra ele que me olhava enquanto comia.
s/n: Como sempre. -ficamos quietos.
Harry: É com sua mãe?!
s/n: Também.
Harry: Se quiser desabafar, talvez posso te ajudar.
s/n: Não obrigada.
Harry: Tudo bem.

Ele voltou a comer, encarei a minha comida e mordi um pedaço do meu biscoito, por ventura olhei pra Harry que sorriu de canto ao ver que o olhei, voltei minha atenção pra rua.

Harry: Se quiser falar, não mordo.

Voltei a encara-lo, ele disse algo no ouvido de um doa caras que se levantou e chamou o outro nos deixando sozinhos na mesa.

Harry: Estamos sozinhos.
s/n: Nossa, que legal. -disse um pouco irônica.
Harry: Já te vi em algum lugar?!
s/n: Já, Heli.

Ele me encarou, percebi que se esforçava pra lembrar, revirei meus olhos, claro que não lembraria.

s/n: Você me irrita, faz minha irmã correr pra ir te abraças e fez ela fugiu por uma estupidez sua, no shopping. E não, nunca tratei ela mal.
Harry: Lembrei...
s/n: Oh emoção.
Harry: Por que esta assim?!
s/n: Problema familiar.
Harry: Disso eu já sei, me conte mais.
s/n: Aqui viro uma delegacia pra saber dos detalhes?!
Harry: Você que chamar minha atenção? Se for essa sua intenção, esta me deixando nervoso.
s/n: Não é obrigado a ficar aqui, vai embora se está incomodado. -ele suspirou irritado
Harry: Não quero ir embora, quero escutar você.
s/n: Vai ficar querendo.

Encostei minha cabeça na janela, fechei meus olhos e desejei que ele fosse embora, eu queria ficar sozinha.

Harry: Ei...
s/n: ainda não foi embora? Quer um autografo? Uma foto.
Harry: Normalmente eu que pergunto isso e sempre tenho que dar.
s/n: Claro, você acha que o mundo vira ao seu redor.
Harry: Não acho nada disso.
s/n: Fala uma coisa, demostra outra. Todo mundo é assim.
Harry: Se eu pudesse escolher, eu continuava sendo quem sou de verdade, mas ter uma vida calma como a sua.
s/n: Uma vida calma como a minha?! Não queira ter minha vida.
Harry: E por que não deveria querer? Você tem uma vida normal, pode sai quando quer, ficar com seus amigos sem se preocupar com fotógrafos, fazer o que quiser.

Fechei meus olhos com força e implorei mentalmente pra que minhas lágrimas não caíssem, eu queria assim como ele, ter uma vida normal.

Harry: Da pra você olha pra mim, não estou falando com um fantasma e nem você com o espelho.
s/n: Não quero.
Harry: Podemos conversar numa boa ou, sei lá, como duas crianças
s/n: Harry eu não estou bem, não quero tocar nesse assunto, só quero ficar sozinha.

Escutei a cadeira ser arrastada, deduzi que ele foi embora, mas logo senti duas mãos tocarem a minha, abri meus olhos e era ele sentado ao meu lado com suas mãos sobre as minhas.

Harry: Estou aqui como uma amigo, fala comigo. Cadê sua...irmã?!
s/n: É, minha irmã, esta em casa com minha mãe.
Harry: Vamos dar uma volta, um lugar mais reservado, pode ser?!
s/n: Não, quero ficar aqui.
Harry: Tudo bem...por que esta assim?
s/n: Eu quero um lar.
Harry: Mas você já tem.
s/n: Não, não tenho, ficar viajando de dois em dois meses não e nada agradável.
Harry: Imagino, viajo o tempo todo.
s/n: Mas quando você não esta trabalhando, você tem uma casa, seus amigos, sua família por perto quando quer...nem amigos eu tenho direito.
Harry: Dois em dois meses?!
s/n: É, meus pais, a Luane e eu ficamos viajando sempre por causa do trabalho deles, não temos casa fixa,  não da tempo de fazer amigos, não recebo tanta atenção dos meus pais, muito menos Luane, eu praticamente virei uma mãe pra ela. Eu não sou feliz, só isso. Satisfeito?! Mais alguma pergunta?!

Tirei minhas mãos debaixo das deles e me encolhi na cadeira.

Harry: Eu não sei bem o que dizer.
s/n: Nem deve, continua com sua vida que eu continuo com a minha. Se não se importa, eu vou embora.
Harry: Ta, espera, você tem algum compromisso agora de tarde?!
s/n: Não.
Harry: Passa a tarde comigo, você e sua irmã. Eu quero te conhecer mais. Por favor.
s/n: Ah claro, no dia seguinte você já esta saindo com outra garota que tem problemas familiares.
Harry: Para de ser chata só um minuto e aceita meu pedido.
s/n: Não, obrigada.

Me levantei e fui ate o caixa pagar minha conta, depois fui embora, Cheguei em 'casa' antes do que gostaria, além do fato de ter ficado com a sensação que estava sendo seguida, assim que abri a porta, Luane correu meu abraçando chorando, só então percebi que meu pai já estava em 'casa' e estava tendo uma discussão entre eles, fechei a porta, me afastei da porta levando Luane junto, me abaixei pra abraça-la, ela se encolheu nos meus braços, eu dei um tipico abraço de urso nela pra conforta-la, ela chorava baixinho e eu tentava acalma-la.

s/n: Calma, vai ficar tudo bem.

Ela continuava chorando, aos poucos foi parando, nos sentamos na grama, ela colocou sua cabeça no meu colo e cantarolei baixinho pra ela. Ergui minha cabeça olhando pra frente e me deparei com uma carro frente a casa, mas ele rapidamente saiu, logo em seguida a porta foi aberta e a voz de meu pai como sempre autoritária, nos mandou entrar, entramos, mandei Luane ir para seu quarto e fechar a porta, assim que ela subiu, perguntei qual o motivo da briga.



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