sexta-feira, 3 de junho de 2016

LITTLE THINGS

3° CAPITULO

Fiquei o resto do dia no meu quarto, não quis almoçar, meu pai veio falar comigo, mas não quis sair. Pela quarta vez alguém bateu na porta e entrou. Olhei e era Louis, ele se aproximou e sentou na minha frente. Eu estava deitada agarrada a um travesseiro e uma porta retrato da minha mãe nas mãos.

Louis: Oi. –disse calmo.
S/n: Oi.
Louis: Fala comigo, por favor.

Me sentei na cama e enxuguei as lágrimas.

Louis: Me desculpa, tá legal. Eu não pensei duas vezes quando Dr. Fabio me disse e ...pensei que seria uma boa ideia. Eu só quero cuidar de você. –acariciou meu rosto.
S/n: Não Louis. Isso vai atrapalhar nosso namoro. –olhei em seus olhos.
Louis: Eu estou começando a achar que você não me quer por perto. –se afastou um pouco.
S/n: É claro que eu quero Louis, mas como meu namorado.
Louis :Que diferença isso vai fazer?! Eu sempre vou ficar do seu lado.
S/n: Tudo bem Lou, não vou mais discutir. –dei me por vencida, joguei-me na cama e respirei fundo.

Até mesmo porque não vai nos levar em nada e eu já estava cansada de ficar discutindo a mesma coisa. Ficou me encarando.  Louis subiu mais na cama se aproximando. Seus olhos alternavam entra minha boca e meus olhos. Senti seu delicioso perfume.

S/n: Lou...
Louis: Que eu me lembrê você é minha namorada e eu posso te beijar quando eu quiser.

E assim fez, me puxou pra perto juntando nossos lábios. Foi um beijo carinhoso e calmo.

Louis:Eu te amo, brigona.
S/n: Eu também.

Louis continuou sobre mim dando vários selinhos.

Louis: Vamos sair?!
S/n: Ah não.
Louis: Vamos, por favor! Só um pouquinho.

Fez bico e me puxou pelos braços. Me olhou sério.

Louis: Não vou deixar ficar enfurnada nesse quarto o tempo todo.

Demorei mas acabei cedendo. Lavei meu rosto e passei um pouquinho de maquiagem e saímos.


Dias depois>
Desde que comecei com a quimioterapia, parece que só piorei. Meu cabelo caia mais, minhas roupas caiam, meu estomago regirava o tempo todo, eu vomitava com os remédios por serem fortes. Louis ficava desesperado quando me via vomitando.
Infelizmente hoje, iria perde todo meu cabelo. Não queria rapar minha cabeça, mas Dr. Fabio disse que é melhor.
Eu estava esperando a cabeleireira chegar, Dereck estava deitado com a cabeça no meu colo, nesses últimos dias ele tem ficado bem mais próximo, já meu pai, se afastará. Dereck disse que ele não esta suportando isso. Quem não esta suportando isso sou eu. Passando por tudo isso e ele longe de mim.

A campainha tocou e Nora foi abrir a porta, era a cabeleireira. Dereck logo se levantou.

XXX: Olá! –disse sorridente. Só de ver essa cena meu estomago embrulhou.

Sentei-me na cadeira no canto da sala, onde Nora tinha deixado arrumado para a ocasião...

XXX: Pronto.

Eu não conseguia parar de chorar. Meus lindos cachinhos tinham ido embora.

XXX: Gostaria de ver?!
S/n: Não! -Dereck me abraçou.
Dereck: Contínua linda.
S/n: Mentiroso. –disse entre lágrimas.
Dereck: Ah não, pode para. Me ajuda aqui Nora.

Nora estava quase chorando, sorriu fraco e concordou com Dereck. Me levantei da cadeira e subi para o meu quarto. Fechei a porta e me joguei na cama chorando.....
Me olhei no espelho do banheiro. Estava magra, muito magra. Sem cabelo, olhos inchados de tanto chorar. Eu estava morta. Parecendo uma zumbi, uma competa zumbi.

Terminei de me vestir, coloquei uma toquinha. Logo Louis estaria aqui. Nora fez um lanche pra mim, mas meu estomago rejeitava. Deitei-me e me cobri. Um pouco depois, Louis entrou no quarto.

Louis: Por que não me esperou?! –disse um pouco brabo.
S/n: Não queria que você visse. –me encolhi mais na cama.

Beijou minha testa e sentou do meu lado.

Louis: Você tem que me deixar participar disso com você. Qual é o problema?!
S/n: Não Louis, isso seria de mais. -suspirou.
Louis: Você precisa comer. –olhou para o prato ao lado da cama.
S/n: Não consigo.
Louis: Precisa tentar.
S/n: Pra colocar tudo pra fora de novo?! –disse um pouco ríspida.

Louis respirou fundo.

Louis: Vamos dar uma volta?!
S/n: Quê?! Você acha mesmo que eu vou sair?!
Louis: E vai. Ah S/n, Você não ta morrendo.
S/n: Como não?! Olha pra mim Louis, eu to parecendo um zumbi.
Louis: Para de pensar assim, caramba.

Louis estava ficando nervoso. Mas eu não quero fazer nada, não quero saber de nada. Louis foi pegar os remédios. Que droga.

S/n: Ta legal, vamos dar uma volta.
Louis: Isso não vai fazer você escapar dos seus medicamentos.

Tomei meus remédios, peguei um casaco e saímos. Fomos a uma sorveteria que sempre íamos mesmo antes de começarmos a namorar. Estava lotada, me arrependi de sair de casa, eu estava ridícula. Louis apertou minha mão. Escolhi uma mesa reservada enquanto ele ia pegar os sorvetes. De longe o observei. Uma garota, quase do seu tamanho conversava animadamente com ele, usava uma blusa muito decotada. Quando vinha em minha direção, parecia entediado, parando em minha frente, virou-se para a garota.

Louis: Essa é minha namorada.

Ela me olhou e sorriu forçado.

XXX: Ah, legal. Com licença.

Louis gargalhou e sentou-se.

Louis: Coitada.

Entregou-me meu sorvete. Mas na minha cabeça, a cena se repetia várias vezes, sempre foi assim e sempre vai ser. Eu tenho que colocar um basta nisso.

Louis: Ei, se anima um pouco, por favor.
S/n: Eu não consigo.

Louis segurou minhas mãos.

Louis: Eu estou do seu lado, sempre vou estar, prometo.
S/n: Não me prometa nada, Lou. –olhou-me brabo.
S/n: Desculpa.

Tomamos nosso sorvete, as vezes Lou fazia caretas, quando eu ria me sujava com sorvete, inevitável eu não rir. Quando terminamos, fomos pra minha casa.  Ao entrar meu pai acabará de descer a escada, quando me viu sorriu.

Pai: É bom vê-la alegre. –encolhi-me um pouco perto de Lou, ultimamente ele se afastará um pouco, até estranha quando ele resolvia aparecer e até mesmo falar algo.

S/n: Oi pai.

Ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha.

Pai: Como se sente?
S/n: Bem.

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